Olá a todos , desejo-vos uma excelente semana e que acima de tudo se mantenham em casa visto que o novo estado de emergência vai vigorar. Não esquecer que é muito importante cumprir a regras todas, desde o uso de máscara ao recolher por favor. Olhem não só por vós como porquem vos rodeia.
Para hoje o tema segue a continuação do anterior em parte, e caso não tenhas tido hipótese de o ler podes encontrar o link no final para que consigas fazer a ligação completa.
Se acompanhaste o primeiro post, entenderás de certa forma mais fácil de onde vem este título e esta imagem. Se és novo por aqui, prazer, vou falar-te um pouco de tudo (apelo que aos mais sensíveis pode custar ler tudo isto).
Vamos lá então…

Photo by Pixabay on Pexels.com
Então tudo começou ainda não tinha eu 10 anos de idade, quando um dia na hora de almoço da escola com o meu primo fomos a casa da minha avó almoçar e dei com uma chave em cima da mesa da cozinha e posteriormente uma carta colada na porta do frigorífico. Uma carta que tinha a letra da minha mãe ( na altura, ela e a minha irmã tinham vindo viver para a casa dos meus avós pois ficaram sem a casa onde estavam). Uma carta que até hoje não me sai da memória, o que lá estava escrito, aquilo que ela achava que seria assim… mas afinal estava tão errado… apenas o mal estava a pessoa que ela havia escolhido para estar como companheiro.
Acreditem ou não os primeiros dias para mim não foram assim tão estranhos porque eu praticamente não tinha ligação com ela, eu desde os meus 3 anos que estive sempre na casa da minha avó logo não me afetou tanto assim. Mas o facto de ter de informar a escola do que ela fez, de que ficaríamos sem encarregado de educação porque simplesmente lembrou-se de abanonar os filhos e a indignação de todos em meu redor foi sem dúvida o que fez com que caísse na realidade da situação. Fez com que percebesse que foi uma mudança tal na vida de 4 crianças de forma drástica, de forma a que ficamos sem o elemento essencial que nos põe no mundo, que não deveria nunca fazer-nos isso correto?
“Ela abandonou os filhos por um homem drogado…”
Todos somos seres humanos, eu sei e entendo que por vezes fazemos coisas que não se consegue compreender. Porém com 9 anos de idade não entendia muito bem o porque, o motivo, o medo do desconhecido e da luta que vinha por aí adiante. Fiquem a saber que foram momentos complicados, os meus avós trabalhavam (aliás matavam-se a trabalhar para termos comida na mesa) e nos andavamos na escola da vila onde todos nos olhavam como os “coitadinhos que foram abandonados”.
Passaram exatamente 10 anos desde o sucedido e querem saber o que sinto?Que nós(eu e os meus irmãos) fomos uns corajosos, uns valentes por toda a mágoa que ainda trazemos se tornou em algo superior a nós. Algo que nos permitiu ser felizes de alguma forma, de poder aproveitar a vida com o pouco que tinhamos e não dar importância a frases que nos diziam :
“A tua mãe disse que não tinha filhos”
Resumindo e concluindo não foram de todo dias fáceis, anos de muito choro de muita mágoa, mas de muita certeza que Jamais seria uma mulher assim para a minha vida e para a dos meus futuros filhos. Talvez até agora fui das qu mais ajuizou e que seguiu aquilo a que a vida obriga, a ter que procurar emprego, a lutar pela vida para ter tudo o que puder. A lutar para ter mais do que um dia pude, a lutar para sorrir mais um pouco apesar das rasteiras da vida.
Mensagem do post:
Por vezes a vida pode ser madrasta, pode dar-nos grandes chapadas como esta que me deu ainda em pequena. Foi duro, batalhei , lutei superei e ignorei que valerá um dia apena perdoar. Acho que existe atitudes e ações que jamais se fazem. Torna-te sempre melhor! Torna-te capaz de dizer que será alguém de quem te orgulhas. Faz por ti!
Comentarios